Câmara e professores derrubam projeto da Educação

Vereador Fabrício foi voto vencido no parecer da Comissão de Educação mas virou seis vereadores na hora de votar o projeto

A Câmara Municipal de São Lourenço realizou na tarde desta segunda-feira (03/11) uma reunião antológica. Os vereadores votaram o projeto de lei que previa o plano de carreira do Magistério, onde, palavras do vereador Carlinhos Sanches, beneficiava uma minoria e não concedia aumento para a maioria.

A galeria da Câmara estava lotada. Professoras de todas as escolas e representantes das creches municipais se uniram para mostrar força. Mas havia uma divisão entre as que queriam que o projeto de lei passasse e com isso aumentaria a carga horária das professoras para 27 horas quando as mesmas prestaram concurso para uma carga horária de 24 horas.

Infelizmente, alguns vereadores metidos a jurista e sem formação para tal, ainda não entenderam a lei do piso nacional dos professores, que nem era citado no projeto. A derrota foi inevitável. O projeto de lei fica assim prejudicado e não pode mais ser apreciado este ano pelos vereadores.

O vereador Nei da Saúde durante seu discurso citou a professora Rosangela Pinto Silveira que leciona no EJA da Escola Municipal Melo Viana. O vereador Nei da Saúde disse que a professora Rosangela informou a ele que se vai aumentar somente 146 reais por 27 horas de saula de hora que fique como está ou seja, os professores ganhando sobre as 24 horas para as quais prestaram o concurso.

Este depoimento foi a chave para a virada dos vereadores. O vereador Fabrício cresceu na tribuna e mandou um recado para a educação do município que não concordava com o projeto e a criação de alguns cargos que de chefe se transformariam em diretores. Nem o estudo de impacto financeiro, pequeno diga-se de passagem, foi capaz de mudar o voto de seis vereadores, cruciais para derrota da base governista na Câmara Municipal.

Houve a participação do vereador Abel Goulart Ferreira que teve peso na mudança dos destinos da votação sobre o projeto da educação. Houve discussão do vereador Abel e o presidente Kall Siqueira: O presidente Kall ainda se dirigiu aos professores e disse que os professores não poderiam se manifestar. A derrota foi marcante e a operação tartaruga continua  e os alunos da manhã e da tarde saindo uma hora e meia antes do horário normal.

A expectativa de resultados positivos de São Lourenço em avaliações do estado que começam nesta terça-feira (04) em todas as escolas municipais é preocupante. As provas devem terminar uma hora e meia antes do horário normal por causa da Operação Tartaruga que continua a plenos pulmões, mesmo que não esteja incomodando a educação municipal. E mesmo com as professoras divididas porque umas queriam o projeto aprovado e outras não, vai ter peso significativo no desempenho dos alunos principalmente no Proalfa.

Traduzindo tudo isso que está acontecendo na educação de São Lourenço é simplesmente um erro cometido anos atrás pelo então Governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo quando deu um aumento diferenciado: Reajuste maior para os oficiais e reajuste menor para os praças (soldados, cabos e sargentos) que estourou em um levante sem precedentes. Este fato causou a queda do Comandante Geral da PMMG e aconteceu em 1997. Os professores não querem isso. Querem o aumento distribuído equitativamente, mas a maioria não abre mão do piso salarial a que tem direito.

A educação vai ter que rever seu papel e desmembrar o projeto agora: A maioria prevaleceu e a minoria não conseguiu seu intento de usar o peso da máquina do prefeito para garantir suas vantagens.

Uma derrota histórica: Somente duas vezes o prefeito Zé Neto perdeu uma votação na Câmara Municipal de São Lourenço.