segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Entregue a Medalha Santos Dumont

Já agraciado com a Medalha Santos Dumont, o Delegado Regional da 3ª DRPC, com sede em São Lourenço, Dr. Luciano Belfort se encontra com o Orador Oficial do evento, Dr. Eugenio Ferraz, Diretor Geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais 

Foi entregue hoje (20/10), pela manhã, na fazenda Cabangu, a Medalha Santos Dumont. Diversas autoridades de Minas Gerais e do Brasil foram agraciadas com uma das comendas mais importantes do estado.
Concedida pelo Governo de Minas, a Medalha Santos Dumont é uma homenagem a pessoas e entidades que tenham contribuído para o desenvolvimento e progresso de Minas e do país. Neste ano, foram agraciados 219 personalidades no grau ouro, prata e bronze. O orador oficial da solenidade foi o Diretor Geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais, Dr. Eugênio Ferraz, chanceler da Comenda Ambiental Estância Hidromineral de São Lourenço e da Comenda Liberdade e Cidadania cuja responsabilidade pertence aos municípios de São João Del Rey, Ritápolis e Tiradentes.
A comenda Medalha Santos Dumont foi criada em 1956, para comemorar os 50 anos do primeiro vôo com uma aeronave mais pesada do que o ar, feito  em 23 de outubro de 1906 pelo brasileiro Alberto Santos Dumont. 
O Delegado Regional da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Dr. Luciano Belfort foi o único são-lourenciano agraciado na solenidade. 

Discurso de Eugênio Ferraz, Diretor-Geral da Imprensa Oficial de Minas Gerais e Orador Oficial da Cerimônia de entrega das Medalhas Santos-Dumont pelo governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, em 20 de outubro de 2014, na Fazenda Cabangu, em Santos Dumont, MG.

Excelentíssimo Senhor Governador Alberto Pinto Coelho, cujo notório altruísmo e elevada competência tanto dignifica nosso Estado e a quem, extremamente honrados, agradecemos pela indicação para esta oração oficial;
Excelentíssimas autoridades componentes deste palanque, às quais cumprimentamos por intermédio do querido chanceler desta Medalha, professor Aluísio Pimenta, grande reserva moral de Minas Gerais e do prezado prefeito municipal Carlos Alberto Ramos de Faria; 
Excelentíssimas agraciadas, às quais cumprimentamos por intermédio das senhoras Célia Pinto Coelho e Regina Lacerda;
Excelentíssimos agraciados, aos quais cumprimentamos nas pessoas dos Senhores Pedro Bitencourt Marcondes, Márcio Lacerda e Dom Raymundo Damasceno;
Demais agraciadas e agraciados, cujas indicações, tanto do presente quanto anteriormente havidas, devemos todos, honrados que fomos, permanentemente dignificar, mirando-nos no elevado exemplo  do ilustre patrono desta medalha. 
Caros descendentes de Santos-Dumont;
Senhoras e Senhores:
Santos-Dumont simboliza o nome de Minas percorrendo o céu do Planeta.
É o invento desse mineiro dinamizando a vida dos povos, unindo o mundo, entrelaçando as nações pelas asas de sua arte.
Invento que possibilitou ao mundo buscar o até então impossível, e ao homem realizar o primitivo desejo de voar.
Nascido aqui, nestas terras da lendária Fazenda Cabangu, cuidada pela Aeronáutica e sempre lembrada pelo carinho dos brasileiros, local de evocação do grande feito,  Santos-Dumont poderia ser muito bem o maior mineiros de todos os tempos. 
 Mas sabendo de sua simplicidade, essa grandeza que alguns gênios têm, acreditamos que ele não aceitaria o título.
Por isso o visitamos e o reverenciamos todos os anos, em sua casa de nascença, neste tranquilo local.
 Daqui, da antiga estação da Palmira, primitivo nome da cidade, ele palmilhou o mundo com seu invento, sendo o primeiro mineiro a ser reconhecido e reverenciado internacionalmente como o maior brasileiro de seu tempo.
Muitos tentaram, outros tantos sonharam, mas só ele conseguiu realizar o primeiro voo público com um modelo capaz de decolar, voar, retornar e pousar com seus próprios meios, sem o auxílio de equipamentos ou dispositivos externos.
Ainda assim, foi copiado, e tentaram lhe tomar as glórias do glorioso feito.
Isso quase sempre acontece; outros se apropriando de nossos feitos, de nossos inventos, sem constrangimento algum, mostrando desrespeito com as pessoas e demonstrando a própria condição da natureza humana.
Com Alberto Santos-Dumont não foi diferente. E isso lhe doeu fundo, muito fundo, lhe doeu pela vida inteira.
Intelectual, pensador, homem sensível, impressionado com a obra de Júlio Verne, formou-se na Universidade do Rio de Janeiro e foi mandado pelo pai para estudar física, química, mecânica e eletricidade em Paris em 1891, onde se especializou em aeronáutica.
Após, realizou sua primeira experiência com balões em 1897, introduzindo modificações técnicas para maior estabilidade, alterou o centro de gravidade do balão, mediante o alongamento das cordas de suspensão da barquinha destinada ao tripulante, e também utilizou pela primeira vez a seda japonesa, tornando-o mais leve e permitindo suportar maior tensão.
Era o início de tudo...
O certo é que o céu foi o limite para a inteligência privilegiada de Alberto Santos-Dumont, cuja imaginação deu asas aos homens.
O céu de Paris o recebeu em seu primeiro e pequeno objeto voador, o balão batizado com o nome de Brasil.
E foi o mesmo céu da França que serviu de cenário  para o voo do balão dirigível, que valeu ao genial mineiro o primeiro prêmio internacional de aviação.
Nessa época, há tantos anos passados, o nome de Alberto Santos Dumont faria seu pouso perene no calendário das grandes conquistas da ciência no mundo.
A inteligência de Santos-Dumont representa o senso criativo, inventivo, inquieto e artístico dos mineiros, de nascença ou adoção,  que tão bem aqui floresceu quase dois séculos antes, no Ciclo do Ouro, e que tantos expoentes destas Minas Gerais deu ao Brasil, na cultura;  nos campos das artes e do heroísmo.
Nomes como Emerico Lobo de Mesquita nas músicas; Calheiros nas arquiteturas; Ataíde nas pinturas; Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho nas esculturas; Cláudio e Gonzaga nas letras e Tiradentes no heroísmo, ele o patrono cívico desta nação.
Outros heroicos expoentes Minas os deu, como Teófilo Otoni e os signatários do Manifesto dos Mineiros, para nos atermos somente até meados do século passado.
Como estes, que se rebelaram contra a tirania, Santos-Dumont, nosso herói da conquista das alturas, simbólica e metaforicamente, sempre positivamente inconformado, se rebelou – e venceu – a tirania e o desafio da gravidade. 
A vocação aeronáutica do inventor do avião simboliza, ainda, a característica mais marcante do povo destas Minas, que é o amor à liberdade, pois, nada traduz melhor a liberdade que o ato de voar.
Pena, entretanto, que o homem tenha passado a usar o avião não apenas para vencer distâncias. Na sua sanha de destruição, as pessoas passaram a usar o equipamento para fins bélicos, para matar seres humanos.
Esse desvio de rota foi o principal motivo que levou nosso herói a se despedir mais cedo do mundo, sufocado pela depressão e angustia de ver que haviam transformado sua criação em instrumento de extermínio.
Senhoras e senhores,
Santos-Dumont projetou, construiu e fez voar os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina.
Esse mérito lhe é garantido por premiação internacional em 1901, quando em um voo contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível Nº 6, transformando-se em uma das pessoas mais famosas do mundo durante o século XX.
Com a vitória no Prêmio Deutsch, ele também foi, portanto, o primeiro a cumprir um circuito pré-estabelecido, sob testemunho oficial de especialistas, jornalistas e populares.
Santos-Dumont também foi o primeiro a decolar a bordo de um avião impulsionado por um motor a gasolina. Em 23 de outubro de 1906 voou cerca de 60 metros a uma altura de dois a três metros com o Oiseau de Proie' (francês para "ave de rapina"), no Campo de Bagatelle, em Paris. Menos de um mês depois, em 12 de novembro, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu 220 metros a uma altura de 6 metros com o Oiseau de Proie III.
A história do 14 Bis, todos conhecem...
 Esses voos foram os primeiros homologados pelo Aeroclube da França de um aparelho mais pesado que o ar, e a primeira demonstração pública de um veículo levantando voo por seus próprios meios, sem a necessidade de uma rampa para lançamento.
Minas, esta terra da Liberdade, e por que não, da Liberdade de voar, voar, voar alto, sonhar, sonhar, sonhar alto, tem neste momento singular de sua trajetória histórica, mais um grande privilégio.
Privilégio de ter, no comando maior do Estado, uma personalidade que, com suas notórias e reconhecidas habilidades, cultiva a boa convivência política, o bom debate de ideias, a sutil arte da conciliação, sempre em beneficio da sociedade e dos mais altos interesses do Estado.
Senhoras e senhores homenageados: 
Não podemos dizer que a vida de Santos-Dumont foi curta, por que ela dura até os dias de hoje na memória de todos... 
De volta ao Brasil em 1931, passou a residir em uma pequena casa por ele projetada, a Encantada, em Petrópolis, RJ, que atualmente abriga o Museu Santos-Dumont.
Ele, tão grande, que de um ato tão simples, de apenas colocar o relógio em seu pulso, retirando-o do bolso, como se usava na época, mudou o comportamento de todos os homens do planeta. 
Desde sempre Santos-Dumont pode ser comparado a um anjo, que viaja nas asas do tempo pelo mundo inteiro. 
Que a nossa Minas Gerais, esta terra da Liberdade e dos grandes ideais, continue a produzir e projetar mundo afora, como agora,  personalidades desse porte, capazes de mudar, para melhor, o destino de mineiros e de brasileiros, como bem sabem fazer - e sempre o fazem - os homens de Minas.
Muito obrigado!





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