terça-feira, 6 de agosto de 2013

O dia seguinte da greve de ônibus

- Motoboys lucraram nos dois dias de paralisação
- Prefeito declara que líder da bancada na Câmara era seu representante
- Meia hora depois de acordo fechado Circular São Lourenço ganhou liminar garantindo funcionamento normal dos ônibus

 José Geraldo Lopes do Circular São Lourenço e José Paulino "Jucão" do Sindicato do Trabalhadores Rodoviários

O famoso "day after" ou dia seguinte em português foi muito interessante no que tange à greve dos motoristas e cobradores do Circular São Lourenço. Não era possível prever o que iria acontecer com a cidade sem ônibus na segunda de manhã em todos os bairros, mas no domingo à noite uma liminar garantia que os ônibus iriam rodar.
No sábado e domingo sem ônibus quem se deu bem foram os motoboys. Uma corrida em condições normais custa três reais. Nos dias de greve as corridas dos mototaxistas que é o nome correto para a categoria custou entre seis e dez reais: "Teve motoboy que trocou os dois pneus da moto e já guardou o dinheiro para adquirir sua placa vermelha", garantiu um destes profissionais que prefere não se identificar.
O prefeito Zé Neto na manhã de hoje (06/08) fez sua primeira declaração a respeito do episódio. Ele estava viajando representando a cidade no encontro da Associação Nacional de Turismo em Ribeirão Preto (SP) quando eclodiu o movimento. Zé Neto garantiu que o líder do governo no legislativo, vereador Renato da Câmara era seu interlocutor para quaisquer negociações que envolvessem o município no episódio: "Na verdade isso é um assunto essencialmente privado. Entre a empresa seus funcionários e o sindicato da categoria. Só que a empresa é uma concessionário de serviços públicos que ganhou a licitação do setor em 2004. Ao município caba a fiscalização do contrato e a fiscalização da execução do serviço. É preciso destacar que a greve não era um negócio de competência pública. O reflexo sim é público, pois trata-se de serviço essencial à comunidade. Cabe à empresa resolver a situação com seus funcionários e sindicato. A prefeitura cumpriu seu papel notificando a empresa extra-judicialmente no sábado (03/08). Neste período uma série de ações de natureza política foram tomadas  e uma delas foi a nomeação do vereador Renato da Câmara, por sua competência, equilíbrio e bom senso, como o representante do município na questão. E através dele todas as ações fluíram. De parabéns o vereador Renato que conduziu com muito acerto toda a negociação sem interferir no negócio privado. Essa interferência e aí vai a inexperiência de alguns políticos vai levar no futuro um pedido da empresa para aumentar a passagem, o que o Executivo não aceita. O aumento só acontecerá dentro dos parâmetros que o município julgar necessário após análise rigorosa da planilha de custos da empresa. Por isso o concessionário tem reclamado tanto, inclusive por escrito que a passagem de São Lourenço não está acompanhando os aumentos de custo. E dentro desta linha que o vereador Renato Bacha conduziu as negociações. Recentemente a presidente Dilma desonerou o PIS e o Cofins em 3,2% para aliviar o preço das passagens fruto de manifestações espalhadas por todo o Brasil. E não queremos que em São Lourenço seja discutido qualquer aumento de passagem. Se isso não vai servir de desculpa para aumento de passagem deve-se á competência e ao equilíbrio do vereador Renato da Câmara e aos vereadores da base do governo que agiram da mesma forma. Há de se destacar ainda a vice-prefeita Patrícia Lessa que também não interferiu em uma discussão de um negócio privado", disse Zé Neto. O prefeito disse ainda que irá cobrar o ISS dos dois dias parados. 
A empresa de ônibus Circular São Lourenço, meia hora depois que fechou o acordo em 9% no aumento para a categoria e o vale-refeição em 100 reais, recebeu a notícia que ganhou na Justiça Trabalhista uma liminar garantindo o direito de 100% da frota de ônibus nas ruas até que se esgotassem todas as negociações entre o sindicato e empresa. O Juiz Trabalhista que concedeu a liminar ainda fixou multa de cinquenta mil reais por dia no caso do sindicato não cumprir o que determinou a lei. A decisão foi do Juiz do Trabalho Marco Antônio Ribeiro Muniz Rodrigues.
Muito se fala sobre passagem cara, ônibus isso e ônibus aquilo. Mas jamais podem falar da palavra de um homem como o senhor José Geraldo Lopes, proprietário da empresa Circular São Lourenço. Com a decisão judicial ele poderia perfeitamente dar um não ao acordo feito, pois a liminar garantia 100% dos ônibus nas ruas enquanto não se esgotassem as conversações. Mas mesmo assim ele preferiu manter o acordo e honrar a palavra dada ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, José Paulino, mais conhecido por Jucão.
O dia seguinte foi muito favorável aos que participaram direta ou indiretamente de um episódio que torcemos para nunca mais se repetir em São Lourenço, pois todo o fato tem dois lados distintos e nem sempre quem está lá desde o início sabe de tudo que acontece. Não adianta estar no local desde o início. Tem que ter credibilidade para ser recebido pelas partes antagônicas.
Veja parte da decisão do Juiz Trabalhista Marco Antônio Muniz:

A decisão pelo juiz trabalhista Marco Antônio Muniz garantiu liminar ao circular São Lourenço que ainda assim honrou o acordo com o sindicato

2 Comentários:

Às 6 de agosto de 2013 às 13:51 , Blogger minion disse...

qual a finalidade da divulgacao de que o juiz deu favoravel a empresa de onibus? ja nao estava feito o acordo sera que e para amenizar a situacao dos funcionarios e dedixarr no ar que eles sairam por cima ???fazer com que os proprietarrios da empresa pensem que agiram de forma errada fazendo acordo ...sinceramente nao entendi ...somente sabe de si que consigo esta o tempo todo...
que bom que pelo menos tudo esta nos seus devidos lugares nao e mesmo...

 
Às 6 de agosto de 2013 às 14:10 , Blogger Blog do Jodil Duarte disse...

Gostei da frase: "somente sabe de si que consigo esta o tempo todo"... Bacana!

 

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